Após quatro horas, os cerca de 50 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e a Frente Povo Sem Medo que ocuparam o triplex do Guarujá, em São Paulo, atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixaram o local.
Eles entraram no apartamento no início da manhã desta segunda-feira e saíram por volta das 11 horas. Segundo a Polícia Militar, o grupo deixou o local por conta própria e não houve interdição de vias nem registro de ocorrências.
A PM informou ainda que, como o apartamento está lacrado por determinação da Justiça Federal, cabe à Polícia Federal investigar como os manifestantes conseguiram acessar o espaço.
Segundo os movimentos, como o imóvel é atribuído a Lula, os apoiadores do ex-presidente podem ocupar o espaço. Ao entrarem no local, os manifestantes gritaram palavras de ordem.
Lula está preso atualmente, cumprindo pena de 12 anos, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, Lula teria sido beneficiado com R$ 3,7 em propina da empreiteira OAS. A quantia teria sido paga com a reserva do triplex no Guarujá. Mas a defesa afirma que Lula jamais teve a posse do apartamento.
O imóvel atualmente está em processo de leilão judicial, no valor de 2 milhões e 200 mil reais, e recebe lances até o dia 15 de maio. Segundo a determinação da Justiça, os valores arrecadados devem ser "destinados, após o trânsito em julgado, à vitima no caso de confirmação do confisco ou devolvidos à OAS Empreendimentos ou ao ex-presidente no caso de não ser confirmado o confisco."
Na descrição do leilão, a OAS consta como proprietária do imóvel. Tentamos contato com a empresa para saber se a companhia vai adotar alguma medida para desocupar o espaço. A empreiteira informou que não vai comentar o caso.
O Condomínio Solaris, onde fica o apartamento, informou em nota que uma trava do portão de entrada do prédio foi quebrada. Disse também que tomou as medidas cabíveis e destacou que a única unidade envolvida foi de fato o triplex e que não foi registrada ocupação em outras unidades ou vandalismo no condomínio. Não conseguimos contato com o MTST.
* Matéria atualizada às 19h05 para acréscimo de informações e inclusão de sonora.
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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