Raquel Dodge pede ao STF que continue analisando denúncia de malas com R$ 51 milhões em dinheiro
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou para o Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a Corte continue analisando a denúncia sobre as malas com R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador.
Entre os seis denunciados pelo Ministério Público Federal estão o deputado federal pelo MDB da Bahia Lúcio Vieira Lima; o ex-ministro Geddel Vieira Lima e a mãe deles, Marluce Vieira Lima. O pedido será analisado pelos ministros da Segunda Turma do Supremo.
No documento, Raquel Dodge destaca que o objetivo principal da denúncia é a prática de lavagem de dinheiro ocorrida a partir do ano de 2010. Para ela, essa data assegura a manutenção da competência do Supremo.
A PGR acrescenta que não restam dúvidas de que, entre 2010 e 2017, Geddel, Lúcio e Marluce atuaram de forma conjunta com o propósito de ocultar a origem, localização, disposição, movimentação e a propriedade de cifras milionárias de dinheiro vivo. E que esse dinheiro viria diretamente de infrações penais como corrupção, organização criminosa e peculato, quando um agente público desvia recurso público para si ou para terceiros.
Ainda de acordo com a PGR, três fatos criminosos explicarim a origem de parte desses R$ 51 milhões; R$ 20 milhões teriam sido entregues pelo doleiro Lúcio Funaro diretamente a Geddel; cerca de R$ 4 milhões seriam da construtora Odebrecht e outros R$ 2 milhões teriam origem em peculato.
Além disso, o Ministério Público Federal encontrou provas de que a família se apropriou de forma sistemática de 80% dos salários de dois assessores parlamentares do deputado Lúcio Vieira Lima. O deputado responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. E Geddel Vieira Lima cumpre prisão preventiva desde a descoberta das malas de dinheiro no apartamento.
As defesas dos acusados negam os crimes e não vão comentar o pedido de Raquel Dodge.