O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e sua esposa, Adriana Ancelmo, decidiram abrir mão de diversos bens que estavam em disputa judicial para serem leiloados.
O mais conhecido e valioso é a casa de praia do casal, em Mangaratiba, entre a região metropolitana e a Costa Verde fluminense, avaliada em R$ 8 milhões. Segundo o advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, o objetivo é demonstrar a boa vontade de seu cliente com a Justiça.
O advogado pontuou, no entanto, que a entrega não faz parte de nenhuma delação premiada ou declaração de confissão. De acordo com ele, em sentenças de corréus e outros processos, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável por julgar os processos do ex-governador, tem se mostrado flexível na hora de estabelecer sanções e conceder benefícios processuais. Por isso, apesar de nada ter sido pactuado com o juiz, há uma expectativa com base nesse precedente.
O leilão dos bens de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo está em disputa na Justiça desde setembro do ano passado, quando foi determinado por Bretas, e, logo depois, contestado pela defesa de Cabral, que alega que os bens não têm relação com os crimes pelos quais ele foi condenado.
O lote inclui a mansão de Mangaratiba, uma lancha, um jet ski e quatro carros de luxo e tem valor total de R$12,5 milhões.
O Ministério Público Federal defendeu o leilão, alegando não há dúvidas de que os bens são produto dos atos de corrupção do casal. A última decisão foi dada pela Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em fevereiro, mantendo o leilão, mas retirando a mansão de praia da relação de bens, determinando que ela seja alugada e a quantia obtida repassada ao juízo.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre a desistência do casal de prosseguir com as contestações.