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MP apura se houve fraude em exames de câncer pela rede pública de Pelotas (RS)

Rio Grande do Sul
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Victor Ribeiro
17/07/2018 - 08:22
Brasília

O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul abriu inquérito civil para apurar a denúncia de que um laboratório teria deixado de fazer até 99% dos exames de câncer de colo de útero. O caso teria ocorrido em uma unidade básica de saúde em Pelotas, no sul do estado.

 

De acordo com a equipe médica que trabalha no local, a cada 500 amostras coletadas, somente cinco eram realmente analisadas. As outras recebiam laudos padronizados, que indicariam a ausência da doença.

 

Os trabalhadores enviaram um memorando à Secretaria de Saúde de Pelotas relatando a situação, no mês de julho do ano passado, mas só agora a denúncia foi formalizada no Ministério Público gaúcho.

 

A promotora Rosely Lopes, responsável pela investigação, vai ouvir nesta terça-feira (17) a defesa do laboratório SEG. A promotora também fixou prazo de cinco dias para que a prefeitura de Pelotas apresente documentos sobre a contratação da empresa.

 

Em nota, a Secretaria de Saúde de Pelotas informou que fiscalizou o laboratório dois meses antes do comunicado da equipe médica e voltou a vistoriar logo após a denúncia. E concluiu que o estabelecimento seguia os protocolos do Ministério da Saúde. Por isso, renovou o alvará de funcionamento do laboratório, que é válido até novembro.

 

Acrescentou que vai analisar os documentos encaminhados pelo laboratório e deve voltar a se pronunciar nesta terça-feira. A Secretaria de Saúde afirmou, ainda, que os serviços de rastreio e controle de câncer uterino não foram nem serão interrompidos e que continuarão sendo realizados normalmente em todas as unidades de saúde do município.

 

A advogada do laboratório SEG, Christiane Fonseca, conversou por telefone com a Rádio Nacional, mas preferiu não gravar entrevista. De acordo com ela, a denúncia é mentirosa, sem fundamentos e tem caráter político-partidário. A advogada informou que vai entregar à promotoria 41,7 mil lâminas de exames já realizados.

 

O laboratório quer que o Ministério Público fique com a guarda das provas. Disse também que, em mais de 40 anos de serviços prestados à rede pública de saúde de Pelotas e a outras oito cidades vizinhas, jamais deixou de fazer qualquer exame.

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