Comitê Gestor da Internet (CGI) lança cartilha para tentar reduzir proliferação de notícias falsas durante as eleições.
Preocupação que já aflige muita gente que é bombardeada por notícias que circulam em grupos de whatsapp ou na timeline do facebook.
Até pouco tempo atrás, a psicoterapeuta Maria do Socorro não via problemas em passar para frente o texto recebido em forma de notícia. Até a hora em que ela foi avisada que estava replicando informações falsas, as fake news.
Sonora: "Eu me senti enganada, eu me senti usada para fazer esse tipo de divulgação. Eu me senti ingênua, um monte de coisa ruim que eu senti. Eu não gostei.
O remédio? Mais cautela na hora de compartilhar.
Sonora: "Ou eu vou checar ou eu não mando mais."
E é justamente essa cautela que o CGI, o Comitê Gestor da Internet, quer espalhar entre as pessoas.
A cartilha, lançada nessa terça-feira (14), lista seis passos que podem ajudar a acabar com as ondas de desinformação: desconfiar de títulos bombásticos; pensar antes de clicar em compartilhar; checar as fontes; duvidar de notícias sem referências; se restar dúvida sobre a veracidade da informação, não compartilhar; e denunciar abusos para as plataformas onde a informação está circulando.
Sergio Amadeu, que integra o CGI e coordenou a elaboração da cartilha, recomenda atenção especial justamente para as notícias que reforçam o que a pessoa acredita ser correto.
Sonora: "Muitas vezes, na eleição, as pessoas tendem a querer reforçar suas convicções. E elas acabam reproduzindo fatos que não ocorreram, distorções que são importantes e podem convencer pessoas a assumir ou adotar posições que elas não adotariam. Tente encontrar as fontes, tente checar, não há uma única fonte que fale a verdade, porque mesmo órgãos de comunicação que são sérios podem cometer equívocos."
Outro cuidado é separar fato de opinião. Para Amadeu, essa diferença é fundamental para que a cautela não vire censura.
Sonora: "Nós estamos muito preocupados também de não jogar fora a criança com a água do banho. Você tem uma opinião? Ótimo, mas não use a mentira para reforçar sua opinião, porque isso esgarça o debate, reforça um critério que é construir o poder com base fundamentalmente na mentira."
A cartilha "Internet, Democracia e Eleições" está disponível no site www.cgi.br. Além de orientar usuários, ela também vai ser usada como documento de referência para a Justiça Eleitoral.