Falta de apoio e tempo de licença estão entre as causas que levam mães a desistir do aleitamento
A nutricionista Maria Rosa Rodrigues teve medo de não conseguir amamentar o primeiro filho, o Leonardo de 4 anos. Logo após o nascimento da criança, o pai de Maria morreu num acidente de carro. Ela precisou driblar o trauma da perda e conseguiu dar de mamar ao filho.
Sonora: "Eu tive muito apoio para amamentar. Eu realizei meu sonho. Ele mamou até quase 2 anos. Parou no tempo dele. Ele não teve desmame forçado."
Mas nem todas as mamães tem essa rede de apoio. Além, disso, precisam voltar a trabalhar antes dos 6 meses e por isso, não conseguem amamentar.
Esses fatores, segundo o ministério da saúde, estão entre as causas que levam as mães a desistir do aleitamento.
O vice presidente da sociedade brasileira de pediatria, Edson Ferreira Liberal, defende a licença-maternidade de 6 meses para todas as mães. Hoje, apenas as servidoras públicas têm essa garantia.
Sonora: "Vamos pensar se a Opas diz que está comprovado que é fundamental, no mínimo, aleitamento por 6 meses, como a nossa legislação só libera por 4 meses."
Para o ministro da saúde Gilberto Ochi, aumentar a licença-paternidade também pode ajudar as mães nos primeiros dias de amamentação.
Sonora: "É uma sugestão do ministério da Saúde às empresas para que se comprovado o envolvimento do pai na criação e no apoio à criança, que a licença possa ser estendida até 20 dias."
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a amamentação reduz em 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos, além de reduzir casos de diarréias, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
No Brasil, 67% das crianças mamam na primeira hora de vida e a duração média do aleitamento exclusivo é de 54 dias.
Aproximadamente 41% das crianças menores de seis meses tiveram alimentação exclusiva por leite materno no país.