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Julgamento sobre indenização à família de Amarildo é adiado para 28 de agosto

Justiça
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Joana Moscatelli
15/08/2018 - 12:23
Rio de Janeiro

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro adiou o julgamento do recurso que contesta o valor da indenização à família do pedreiro Amarildo, que desapareceu em 2013 depois de ser levado por policiais militares, na favela da Rocinha, em São Conrado. Um dos desembargadores da mesa julgadora desta terça-feira (14) pediu para analisar melhor o processo.

 

O novo julgamento ficou marcado para 28 de agosto.

 

O governo do Rio de Janeiro questiona o valor da reparação de cerca de R$ 5 milhões em valores atuais para a viúva, seis filhos e 4 irmãos do pedreiro.

 

Segundo a Procuradoria Geral do Estado, o valor é exagerado se comparado com outros casos semelhantes. Mas para o advogado da família, João Tancredo, o Estado não é responsável apenas pela morte de Amarildo mas também pela tortura e desaparecimento de seu corpo que até hoje não foi encontrado.

 

Após a sessão, a viúva do pedreiro, Elisabeth Gomes da Silva,  afirmou que o Estado não apoiou em nada a família e que até hoje permanece em situação difícil.

 

O Procurador-Geral Flávio Willeman classificou o julgamento como complexo, mas informou que o Estado vai esperar a decisão final para comentar.

 

Até o fechamento dessa reportagem, o governo estadual não comentou a declaração da viúva sobre a falta de apoio. 

 

Em 2016, a Justiça do Rio determinou o pagamento R$500 mil para a viúva e para cada um dos 6 filhos de Amarildo.

 

Além disso, cada um dos 4 irmãos também deveria receber R$ 100 mil.

 

A Justiça  determinou ainda o pagamento de uma pensão mensal de cerca de R$ 600 para a família dividir até o ano em que fosse completada a expectativa de vida de Amarildo, estimada em cerca de 70 anos.

 

Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e 12 foram condenados pelo sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo.

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