Relatório da OMS, Organização Mundial da Saúde, estima que 630 pessoas morreram nas Américas por malária no ano passado, um aumento de quase 40% em relação a 2016.
A região confirmou 773 mil casos de malária, sendo que 53% deles foram registrados na Venezuela e 22% no Brasil. A situação da Venezuela é a que mais preocupa, já que o país teve mais de 20% de elevação no número de casos, em meio a uma crise política e econômica.
Antonio Bandeira, coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta que alguns estados brasileiros enfrentam dificuldades parecidas. Ele lembra a importância do combate ao desmatamento, que favorece a proliferação do mosquito transmissor da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro deste ano, o Brasil teve aumento de 10% no número de casos de malária em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 146 mil casos confirmados. Vinte pessoas morreram na região amazônica em decorrência da doença, e nove pessoas em outros estados.
Cássio Peterka, do Programa Nacional de Combate à Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes, afirma que as migrações internas também contribuem para o aumento no número de casos, já que as famílias passam a ocupar áreas mais vulneráveis em outras cidades ou estados.
Rejane Soares, artista e ativista de Macapá, teve malária em 2014 e desde então acompanha outras mulheres negras que passam pelo tratamento. Ela aponta falta de preparo das equipes de saúde para lidar com a doença. Rejane chegou a receber um diagnóstico incompleto na primeira unidade de saúde por onde passou.
A malária é uma doença infecciosa, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Os sintomas mais comuns são calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia e aumento do baço. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar retransmissões.