Conheça a história do italiano Cesare Battisti e porque ele foi condenado à prisão perpétua
Condenado à prisão perpétua na Itália por terrorismo, acusado de envolvimento em quatro homicídios no final dos anos 70, há mais de 30 anos Cesare Battisti foge das autoridades italianas.
Filho de comunistas e ex-militante de extrema esquerda, Battisti, ainda jovem, se filiou ao Partido Comunista Italiano, onde fazia oposição ao governo da época, no período chamado Anos de Chumbo da Itália, marcado por conflitos entre grupos de esquerda e direita.
Uma onda de terrorismo ocorreu no país, e o sequestro e assassinato de Aldo Moro, que havia sido primeiro-ministro, pelas Brigadas Vermelhas, uma organização paramilitar de guerrilha comunista, em maio de 1978, acirrou ainda mais ânimos.
Um ano depois, Cesare Battisti foi preso como parte de uma investigação pelo assassinato de um joalheiro de Milão. Atingido durante o crime, o filho do homem ficou paraplégico.
Battisti consegue fugir da prisão, se esconde na França e depois se refugia no México, onde se casa.
Os anos passam e, em 1982 , Cesare Battisti é condenado à prisão perpétua à revelia, pela corte italiana, pelos assassinatos de um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e pela morte do joalheiro de Milão.
No início dos anos 90, ele decide retornar à França com a promessa de que não seria extraditado. Lá ele começa a escrever livros de romances policias.
Mas o status concedido pelo governo de François Mitterrand é revisto pelo governo de Jacques Chirac, que muda o entendimento, o que faz com que o italiano fuja para o Brasil.
Em 2007, Battisti é detido no Rio de Janeiro. E, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concede a ele o status de refugiado político.
No fim de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixa a palavra final ao presidente da República. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decide que Battisti deveria ficar no Brasil.
Há quatro anos, o italiano teve um filho com uma brasileira. No fim do ano passado, após ser preso por tentar sair do país com dinheiro não declarado, uma nova decisão do STF e um novo pedido do governo italiano, o então presidente Michel Temer assina um decreto autorizando a extradição de Batisti.
O processo tramitou em diferentes instâncias da Justiça italiana e também passou pela Corte Europeia de Direitos Humanos.
Cesare Batisti sempre alegou inocência.