Seguranças vão responder por homicídios ocorridos em fazenda na cidade de Colniza (MT)
Quatro seguranças de uma fazenda em Colniza (MT), onde ocorreu confronto com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que resultou na morte de uma pessoa e nove feridos, estão presos. Eles vão responder por homicídio consumado e nove tentativas. As informações são da Secretária de Segurança Pública de Mato Grosso.
Segundo a pasta, os funcionários da propriedade rural afirmaram em interrogatório que reagiram a invasão da propriedade por posseiros supostamente armados. No entanto, os depoimentos de alguns dos feridos contradiz essa versão, pois eles afirmaram que nenhum dos posseiros portava arma de fogo.
Além disso, o delegado responsável pela investigação do conflito, Alexandre da Silva Nazareth, afirmou que durante a perícia só foram encontradas cápsulas de armas do mesmo calibre dos seguranças da fazenda. Foram apreendidas uma espingarda calibre 12, duas pistolas 380, e um revólver, calibre 38.
O posseiro, Elizeu Queres de Jesus, de 38 anos, morreu no local do confronto. Uma pessoa que não foi identificada está internada em estado grave na cidade de Junia, localizada a mais de 300 quilômetros do lugar do conflito. Outras duas vítimas estavam em observação no hospital de Colniza. No sábado (5), quatro posseiros tiveram alta.
No local da tragédia, existem cerca de 200 famílias que reivindicam o direito aos lotes onde moram. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso, a fazenda palco do conflito é a Bauru. A propriedade pertence à família do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, José Geraldo Riva.
O ex-deputado responde a mais de 100 ações cíveis e criminais na Justiça. Em 2018, ele foi condenado a 26 anos de prisão por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público.