A Hydro Alunorte ajuizou ação contra o pesquisador Marcelo Lima, por suposta prática de crimes de calúnia e difamação contra a empresa.
Marcelo é pesquisador do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Ele coordenou estudo do Instituto Evandro Chagas, que apontou danos ambientes e riscos à saúde humana, decorrentes do vazamento de efluentes oriundos da planta industrial da empresa em Barcarena, em fevereiro do ano passado.
Segundo o pesquisador, o instituto já monitorava a qualidade da água na região e o aumento do volume de metais tóxicos coincide com o lançamento de rejeitos feito pela Hydro, em fevereiro, após fortes chuvas na região.
De acordo com a Hydro Alunorte, a ação foi protocolada agora em janeiro, após tentativa de obter esclarecimentos a respeito das declarações públicas feitas por Marcelo à imprensa sobre a operação da refinaria e suas áreas de depósito de resíduos sólidos.
A empresa contesta o relatório do instituto e afirma que várias investigações e inspeções foram realizadas para confirmar que não ocorreram vazamentos ou transbordamento dos depósitos de resíduos de bauxita, da Alunorte.
O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou à Justiça parecer em que se manifesta pela rejeição de queixa-crime ajuizada pela mineradora Hydro Alunorte contra o pesquisador.
Para o procurador da República Ricardo Negrini, a empresa tem várias divergências com o instituto e pesquisas, mas as medidas passaram do aceitável do ponto de vista jurídico.
A Alunorte afirma que não pretende atacar ou limitar a pesquisa científica. O que a Alunorte questiona neste processo é a natureza das informações e declarações públicas fornecidas pelo pesquisador, com aparente falta de fundamento e conhecimento técnico em assuntos como engenharia civil e ambiental, além dos processos operacionais da refinaria.
O Instituto Evandro Chagas informou que o referido pesquisador agiu de acordo com suas atribuições.
Nesta sexta-feira (15), o Ministério Público Federal realiza audiência pública para ouvir as demandas das comunidades situadas na região da mineradora.
O encontro ocorre a partir das 9h, na Igreja Assembleia de Deus, do Bairro Vila dos Cabanos, em Barcarena.