Centenas de peixes morrem em afluente do Tietê após contaminação por espuma com resíduos químicos
A cidade de Salto, no interior de São Paulo, foi surpreendida nesta terça-feira (5) por montanhas e mais montanhas de espumas que surgiram no leito do córrego do Ajudante, afluente do rio Tietê.
Em alguns trechos, a espuma chegou a passar dos cinco metros de altura em relação ao leito do rio.
A chuva que caiu na noite de terça-feira (6) ajudou a dispersar a espuma, mas a contaminação provocou uma grande mortandade de peixes, como conta o vereador Edemilson Santos, do Democratas, que vistoriou o leito do rio.
Sonora: "Centenas de peixes morreram (...)"
Segundo a Cetesb, a Companhia Ambiental de São Paulo, a espuma tem origem em resíduos usados por uma empresa de produtos químicos para a fabricação de sabão em pó.
Esses resídios foram deixados no pátio da empresa e, com a chuva, o material acabou atingindo o sistema de drenagem de águas da cidade e, depois, o córrego.
A Cetesb não informa o nome da indústria, mas confirma que a empresa fica no bairro de Olaria.
A única indústria química no local é a Química Amparo, que fabrica os produtos de limpeza da marca Ypê.
Em nota, a empresa diz que analisou o caso da espuma e diz que não identificou causas internas que possam ser atribuídas a ela a responsabilidade pelo acúmulo de espuma no rio.
Mas, de acordo com o vereador, não há como negar onde começou o problema, pois é recorrente.
Sonora: "Tem um video que foi feito pela Cetesb, dentro do próprio recinto da empresa onde caiu todo o volume de produtos químicos da empresa, da fabricação de sabão em pó é onde gerou tudo isso. Não é a primeira vez que ocorre. Vai fazer cerca de 10 anos que eu venho denunciando essa irregularidade."
Segundo Edemilson Santos, a Cetesb chegou a aplicar uma multa na indústria por infração ambiental.
A informação não foi confirmada pela companhia, que, em nota, disse que está avaliando que medidas vão ser tomadas para punir os responsáveis.