Após confirmação de pena pelo TRF-4 e rejeição de recursos, Dirceu se entrega a PF em Curitiba
O ex-ministro José Dirceu se entregou na sexta-feira (17) para a Polícia Federal, em Curitiba. Na quinta-feira (16), a 4ª Seção do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, em Porto Alegre, rejeitou os recursos e determinou a execução imediata da segunda condenação de Dirceu no âmbito da operação Lava Jato. O ex-ministro é réu em três ações da Lava Jato.
A decisão do TRF-4 foi unânime e confirmou a condenação a 8 anos, 10 meses e 28 dias de prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
Antes de se entregar, José Dirceu compartilhou nas redes sociais uma gravação de áudio em que destaca a expectativa sobre decisões que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve tomar em breve. Entre elas, a que pode mudar o entendimento sobre a prisão após a condenação em segunda instância.
O irmão de José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e os sócios da construtora Credencial, Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, são réus na mesma ação penal e também tiveram os recursos negados.
As investigações apontam o pagamento de propina, em troca de um contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, que forneceu tubos para a estatal, entre 2009 e 2012.
O valor desviado passa dos R$ 7 milhões e teria sido dividido entre José Dirceu e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.
José Dirceu foi preso pela primeira vez em 2015, pela Operação Lava Jato. No ano seguinte, teve a primeira condenação, a mais de 23 anos de cadeia, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em 2017, um habeas corpus no Supremo permitiu que ele aguardasse em liberdade o julgamento dos recursos. No começo do ano passado esses recursos foram rejeitados e Dirceu voltou à prisão. Em agosto, o Supremo concedeu um novo habeas corpus, porque avaliou que essa primeira pena imposta a José Dirceu poderia ser reduzida.