No Brasil, cerca de 15% dos domicílios não têm acesso à agua tratada proveniente de rede geral de distribuição.
Já as deficiências da rede de esgoto atingem 34% das casas, e o acesso avançou apenas 0,4 ponto percentual nos últimos três anos, com grande diferenças regionais.
Enquanto, no Sudeste, em 88,6% dos domicílios o escoamento do esgoto era feito pela rede geral ou fossa ligada à rede, no Norte, essa proporção foi de apenas 21,8%.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre as características gerais dos domicílios e dos moradores 2018 divulgada, nesta quarta-feira (22), pelo IBGE.
A Região Nordeste tem o segundo pior acesso à rede de esgoto, cuja ligação estava presente em apenas 44,6% dos domicílios. No Centro- Oeste, pouco mais da metade das casas (55,6% ) contavam com o serviço e no sul, 66,8%.
Já a coleta de lixo estava presente em 83% dos domicílios, sendo que o Nordeste e o Norte tiveram percentuais inferiores à media nacional.
O acesso à agua canalizada era uma realidade em 97,5% dos domicílios brasileiros no ano passado, mas o percentual foi menor, 85,8%, daqueles cuja água provinha da rede geral de distribuição, novamente com diferenças extremas entre as regiões.
O Norte teve a menor proporção de domicílios em que a principal fonte de abastecimento de água era a rede geral de distribuição, com 58,9%, enquanto no Sudeste a taxa foi de 92,4%.
Já a energia elétrica estava presente em 99,7% das casas do país, com menos discrepância entre as regiões.
A Pnad também avaliou a posse de alguns bens. Quase a totalidade das casas contavam com geladeiras em 2018.
A máquina de lavar estava presente em 65% das residências, sendo que a posse desse eletrodoméstico no Nordeste atingiu apenas 36%.
Em quase a metade dos domicílios do país (48,8%) havia carros e em 22,2% motocicletas. No Norte e no Nordeste, a posse de motocicletas foi superior a de carros.
A pesquisa revela também mais uma vez o envelhecimento da população brasileira. Nos 71 milhões de domicílios tem caído a proporção de pessoas abaixo de 30 anos. Enquanto isso, as pessoas com mais de 65 anos passaram de 8,8% dos residentes em 2012 para 10,5% em 2018.
Já as crianças e adolescentes, de 0 a 13 anos, representavam 20,9% em 2012 e passaram a ser 18,6% no ano passado.
A composição da população por cor ou raça também vem mudando com queda dos brancos em todas as regiões e aumento dos pardos e pretos.
Em 2018, 43% da população residente se declarou branca, contra 46,6% em 2012. Os que se declararam pardos saltaram de 45,3% para 46,5% e os pretos de 7,4% para 9,3%.
No Sul, houve a principal expansão das pessoas declaradas pardas e, no Centro-Oeste, das pessoas pretas.