Ministros do STF cobram ação de conselhos da Justiça e do MP após conversas vazadas
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Marco Aurélio cobraram uma ação dos conselhos Nacionais de Justiça, o CNJ, e do Ministério Público, o CNMP, sobre as conversas atribuídas a membros da Lava Jato, divulgadas pelo site Intercept Brasil em parceria com outros veículos de imprensa.
Antes da primeira sessão do Supremo após o recesso, Gilmar Mendes disse que esta é a maior crise do Judiciário desde o regime militar e opinou que as mensagens podem revelar abuso de poder.
Em publicação mais recente, a Folha de São Paulo e o Intercept Brasil divulgaram mensagens em que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, estaria estimulando a força tarefa a investigar ministros do Supremo, entre eles, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, por meio de informações da Receita Federal. A legislação só permite investigação de ministros do Supremo pela Procuradora-Geral da República.
O ministro Marco Aurélio Mello disse que é inconcebível que um procurador da República, de primeira instância, busque investigar ministros do Supremo.
Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná afirmam que a autenticidade das mensagens publicadas pela imprensa não pode ser verificada e que o material foi obtido de modo criminoso. Em nota, a Lava Jato afirma que o procurador Deltan Dallagnol nunca pediu para investigar ministros do Supremo.
Após as reportagens, o ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu suspender uma apuração da Receita que atingir membros da corte alegando “graves indícios de ilegalidade no direcionamento das apurações”.