Cerca de 300 pessoas estariam vivendo ilegalmente na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, no Pará. Procuradores do Ministério Público Federal afirmam que um sobrevoo na região, realizado esta semana, constatou áreas desmatadas, invasões com lotes, casas e garimpos ilegais. O órgão já solicitou investigação da Polícia Federal e atuação de instituições como a Funai e o Ibama.
Bekre Xikrin, liderança indígena de um dos povos que vivem na região, afirma que as comunidades já receberam diversas ameaças dos invasores.
A Terra Indígena Trincheira-Bacajá possui cerca de 1,6 mil hectares, localizados entre os municípios paraenses de Altamira, Anapu, São Félix do Xingu e Senador Porfírio. Ela é habitada por povos indígenas Kayapó e Xikrin. Eles sofreram com o impacto das obras para a construção da usina de Belo Monte, que atraiu milhares de trabalhadores para a região.
O desmatamento na Terra Indígena Trincheira-Bacajá triplicou entre 2015 e 2018, segundo dados do Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O Ministério Público Federal considera alta a possibilidade de ataque dos invasores às aldeias. Procuramos a Polícia Federal e o Ibama para saber das providências que serão tomadas, mas até o momento não obtivemos retorno.
Em nota, a Funai afirma que monitora a situação desde 2018 e trabalha em diálogo com indígenas Xikrin, além de repassar informações para órgãos de segurança pública e ambientais.
Com produção de Wesley Braga.