Quem observou na noite desta terça-feira o Cristo Redentor e o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, pôde admirar por uma hora os dois monumentos refletindo a cor amarela. A iluminação especial foi para marcar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data faz parte do Movimento Setembro Amarelo, criado há quatro anos pelo Centro de Valorização da Vida. A campanha busca dar mais visibilidade ao problema que, a cada dia, faz mais vítimas.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 32 pessoas cometem suicídio por dia no Brasil e, no mundo, há um caso a cada 40 segundos.
O diretor da Associação de Prevenção ao Suicídio, Carlos Felipe de Oliveira, alerta que o problema deve ser tratado como uma questão de saúde pública.
“Eu acho importante fazermos o que estamos fazendo agora, dar divulgação, conscientizar as pessoas de que essa é uma questão de saúde pública. E isso não é um problema apenas do indivíduo, mas da saúde pública, no campo da saúde mental”.
O movimento Setembro Amarelo promove campanhas de esclarecimento e prevenção, importantes para o tratamento do problema, muitas das vezes, silencioso. Segundo a OMS, 9 em cada 10 casos de suicídio podem ser evitados. Por isso, a importância de intensificar as ações de conscientização, como destaca Maurício Rodrigues, integrante do Centro de Valorização da Vida.
“Hoje estamos com um volume muito grandes de ligações, especialmente depois que o Ministério da Saúde disponibilizou a linha 188. Nós atendemos diariamente uma média de 10 mil ligações, totalizando 3 milhões de atendimentos no ano. É muita coisa. O trabalho do CVV funciona como essa pequena ponte sobre o rio das dificuldades humanas”.
O Movimento Setembro Amarelo é fruto da parceria entre o Centro de Valorização da Vida, entidade sem fins lucrativos que atua na prevenção do suicídio desde 1962, o Conselho Federal de Medicina, a Associação Brasileira de Psiquiatria e órgãos internacionais que atuam nessa causa.