A greve nos Correios, iniciada nesta terça-feira, está afetando principalmente os serviços de recebimento, distribuição de encomendas e os de logística integrada no Rio de Janeiro. Além de lutar contra a proposta do governo federal de privatizar a empresa, os funcionários reivindicam a prorrogação do acordo coletivo, que venceu em 31 de julho; a reposição das perdas inflacionárias dos últimos anos e a manutenção do vale-alimentação e do plano de saúde. 
O governo federal incluiu os Correios no Plano Nacional de Desestatização e já iniciou a fase de estudos para privatizar, total ou parcialmente, a empresa e outras estatais. O operador de triagem de mercadorias Leandro Maia, destaca a importância da empresa no cenário nacional e analisa que a privatização poderá extinguir setores importantes.
O funcionamento parcial dos serviços na capital fluminense tem gerado reclamações de usuários como o DJ Fabiano Morais, que teve que se deslocar de São Cristóvão, onde mora, até o Centro de Tratamento de Encomendas, em Benfica, na Zona Norte da cidade.
Em nota, a direção dos Correios afirma já ter apresentado aos trabalhadores os números que revelam a “real situação econômica da estatal”. De acordo com a empresa, os prejuízos operacionais acumulados chegam a R$3 bilhões. Ainda segundo os Correios, houve negociação com representantes dos trabalhadores, mas as federações expuseram propostas que superaram o faturamento anual da empresa.
A greve foi decretada após o Tribunal Superior do Trabalho realizar mais de três meses de negociação, sem que a empresa aceitasse prorrogar o acordo coletivo de trabalho, o que teria evitado a paralisação dos funcionários.
