Justiça suspende atividades de empresa de segurança acusada de ameaçar ribeirinhos no Pará a mando de fazendeiros.
A empresa que teve as atividades suspensas pela justiça federal é a Marca, que presta serviço de vigilância e segurança. Ela foi acusada pelo Ministério Público Federal do Pará de atuar como milícia armada contratada por fazendeiros para expulsar moradores de uma área ribeirinha, no Lago dos Macacos, do projeto de assentamento Diamante e da Associação Flor do Brasil, entre os municípios de Marabá e Itupiranga, no sudeste do estado.
O juiz federal Heitor Moura Gomes suspendeu ainda as atividades de demarcação e expansão das fazendas, e o contrato da Marca com três fazendeiros também réus da ação. Além disso, o magistrado proibiu que eles contratem seguranças armados para trabalharem na região.
Segundo o Ministério Público Federal, as famílias ribeirinhas possuem o título de uso das terras. Elas procuraram o órgão no final de setembro e relataram invasões e ameaças de morte por funcionários da empresa. Conforme a denúncia, os contratados pelos fazendeiros chegaram a apontar armas para crianças, atear fogo em barracos e destruir plantações.
Ainda de acordo com o MPF paraense, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal, a pedido do órgão, esteve na área de conflito e flagrou oito homens, supostamente contratados da empresa, fazendo uma barreira armada na estrada que leva à comunidade ribeirinha. As armas foram apreendidas e foi feita um boletim de ocorrência.
Procurada pela reportagem, a empresa Marca afirma que a denúcia não procede e que vaia recorrer da decisão judicial. Declarou ainda que não possui contratos na área mencionada no processo e que trabalha dentro da legalidade.
Sobre a ação da Polícia Rodoviária Federal, a Marca informou que os funcionários foram convidados a prestar esclarecimentos e foram liberados porque não havia irregularidades. As armas também foram devolvidas à empresa porque possuem registro e estão em situação legal.
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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