Apesar de leve aumento no IDH, Brasil perde uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano. País é o segundo com maior concentração de renda no 1% mais rico.
O Brasil apresentou um leve crescimento no Índice de Desenvolvimento Humano de 2017 para 2018, alcançando um IDH de 0,761, aumento de 0,001. Apesar disso, o Brasil recuou uma posição no ranking das nações unidas ficando na colocação 79 entre 189 países. O IDH varia de 0 a 1, sendo melhores as condições de vida quanto mais alto é o número, que leva em conta dados como expectativa de vida, anos de escolaridade e renda.
Na América do Sul, o Brasil é o 4º país com o maior IDH. Chile, Argentina e Uruguai ficam na frente. E o país empata com a Colômbia na mesma posição. As nações que apresentam os melhores IDHs são, pela ordem, Noruega, Suíça, Irlanda, Alemanha e Hong Kong.
O relatório de 2019 do PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, destaca dois desafios principais para século XXI, como explicou a representante do Programa no Brasil, Katyna Argueta.
O relatório apontou ainda que o Brasil é o segundo país com a maior concentração de renda do mundo entre os mais ricos, ficando atrás apenas do Catar, no Oriente Médio.
O 1% mais rico da população brasileira fica com 28% de todas as riquezas, enquanto os 40% mais pobres ficam com 10% da riqueza produzida no Brasil. Quando levada em consideração a desigualdade, o Brasil perde 24% do total do índice e cai 23 posições no ranking.
O relatório do PNUD deste ano destaca o papel da desigualdade econômica, como lembrou Betina Ferraz, coordenadora de Desenvolvimento Humano do PNUD.
A secretária-executiva do ministério da Cidadania, Ana Maria Pellini, esteve presente no lançamento do relatório e afirmou que o governo aposta na educação para reduzir a desigualdade.
Se considerarmos o IDH do Brasil desde o início da série histórica, de 1990 a 2018, o país mostra um crescimento do IDH de 24% no período. Acima da média da América Latina, que foi de 21%, e da média mundial, que foi de 22%.
Já em relação ao Índice de Desigualdade de Gênero, criado em 2014 para medir a diferença entre os sexos, o Brasil aparece na posição 89 entre 162 países analisados. A porcentagem de mulheres no parlamento brasileiro, que é de 15%, é uma das métricas que puxam para baixo a posição do país no ranking do gênero.