Dor do escalpelamento transforma mulheres em voluntárias que ajudam a superar traumas
Hoje é o Dia Internacional do Voluntário. No Amapá, mulheres que sofreram escalpelamento transformaram a dor em trabalho voluntário para ajudar outras vítimas
Foi por meio do trabalho voluntário que Rosinete Ferrão conseguiu forças para seguir em frente, após sofrer um acidente grave e muito comum na região amazônica: o escalpelamento. Ela perdeu as sobrancelhas e o couro cabeludo, que foram arrancados bruscamente após os cabelos ficarem presos no eixo do motor de um barco.
Atualmente, Rosinete é presidente da Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia, com sede no Amapá. Trata-se de uma organização não governamental que presta apoio gratuito a pessoas que, assim como ela, viveram essa tragédia e precisam lidar com as sequelas físicas e psicológicas.
Todas as mulheres que atuam voluntariamente na associação sofreram escalpelamento. No início, elas se reuniam para troca de experiências, mas o desejo de ajudar e buscar políticas públicas que melhorassem as condições de vida das vítimas cresceu. Em 13 de novembro de 2007, a organização foi fundada oficialmente. A luta delas resultou na criação da lei que obriga a proteção dos motores dos barcos e outros benefícios como indenizações e cirurgias reparadoras. É um trabalho difícil e sem remuneração, segundo Rosinete, mas feito com muito amor.
Quem quiser colaborar com o trabalho da Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia ou fazer doações pode ligar no número DDD 96 – 99129-6173.