Jovem baleado na Vila Kennedy: Comissão de Direitos Humanos da Alerj quer acompanhar investigação
Felipe Rangel Santos, de 24 anos, tinha conseguido há poucos dias o tão sonhado emprego com carteira assinada.
O salário fixo, o cartão alimentação e, principalmente, o plano de saúde oferecido pelo posto de gasolina ajudariam muito o técnico de informática a cuidar do filho de apenas um ano e meio.
Infelizmente, o pequeno terá que crescer sem o pai, baleado durante uma incursão policial na Vila Kennedy, comunidade da zona oeste do Rio, na madrugada do último dia 19, após acusações de que Felipe era traficante e foi morto porque entrou em confronto com a polícia.
A mãe dele, Érica Rangel de Moura Souza, tenta honrar a memória do filho.
A Polícia Militar confirma que uma guarnição atuou no local, mas diz que os agentes tentavam coibir uma festa irregular, quando foram atacados por bandidos e revidaram.
Felipe foi um de três homens baleados com os quais, de acordo com a corporação, foram encontradas duas armas e uma granada.
Mas a família, após colher depoimentos de quem viu a cena, diz que os policiais já chegaram atirando na praça onde os dois criminosos estavam, de acordo com o pai, Dione Oliveira dos Santos, Felipe apenas passava próximo ao local com um amigo quando foi baleado.
O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
A presidente da comissão, Renata Souza, diz que já acionou o Ministério Público e a Defensoria Pública para fiscalizar a investigação e reivindicar uma reparação para a família.
Por enquanto, a investigação está a cargo da 34ª Delegacia de Polícia, em Bangu.
A família diz que ainda não foi chamada para prestar depoimento. A Polícia Civil não respondeu porque o caso não foi repassado à Delegacia de Homicídios.