Operação mira uso de documentos de pessoas inexistentes para receber pensão por morte do INSS
Pessoas que só existem em certidões, casam, fazem empréstimos, morrem e deixam pensão. Com foco nos criadores dessa gente de papel, foi desencadeada nesta quinta-feira, pela Polícia Federal, em Belém, a Operação Tartufo.
Os policias federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de um homem, na capital paraense. No local, os agentes encontraram cédulas de identidade, carteiras de motorista, títulos de eleitor e cartões bancários em nome de pessoas que não existem.
De acordo com a delegada da polícia federal Milena Ramos, na casa, foi possível identificar documentos de, pelo menos, uma pensão recebida em nome falso.
“A gente localizou cartões, documentos falsos. Pelo menos o da data de hoje estava ativo, eles estavam recebendo ainda. Então a gente vai focar nos outros benefícios dos cartões que a gente identificou. Encontrou vários cartões em nome de várias pessoas que provavelmente não existam”.
Dois irmãos do acusado já haviam sido presos em 2017 durante a Operação Pseudocídio, que apurou fraudes em diversos benefícios de pensão por morte e amparo social ao idoso no Estado do Pará.
Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos dos benefícios fraudados ultrapasse R$ 2 milhões.
Segundo as investigações, desde 2006 os envolvidos conseguiam benefício de pensão por morte a partir da criação de pessoa fictícia.
Nesse teatro cartorial, o grupo ainda teria simulado o casamento e o óbito do indivíduo de mentira. Os criminosos também teriam realizado empréstimos consignados e adquirido bens em nome dessas pessoas inexistentes.
Os envolvidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato previdenciário, falsificação de documento público, uso de documento falso, dentre outros crimes.
A Polícia ainda apura se houve facilitação de servidores na concessão dos benefícios.