PF investiga superfaturamento de contrato destinado a melhorias na reserva Chico Mendes
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a operação Seringais, que investiga um grupo suspeito de superfaturar contratos e desviar recursos públicos destinados a melhorias na Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no município de Xapuri, no Acre.
Foram expedidos nove mandados de busca e apreensão para cumprimento nas cidades de Xapuri e Rio Branco. Quatro pessoas foram intimadas para prestarem esclarecimentos. Os acusados são investigados pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, uma empresa privada foi contratada para construir sete armazéns de estocagem no interior da Reserva Chico Mendes. O contrato era no valor de R$ 675 mil.
No entanto, a investigação apontou que os armazéns foram construídos pelos próprios moradores da reserva, que também foram responsáveis por providenciar a madeira utilizada na obra. Isso fez com que o custo máximo do serviço ficasse em R$ 175 mil. Cerca de R$ 500 mil teriam sido desviados. Também não foram implementadas as demais melhorias previstas no contrato.
As investigações identificaram ainda uma rede de empresas fantasmas voltadas a fraudes em licitações e possível lavagem de dinheiro, da qual a contratada faz parte.
Os valores globais dos contratos firmados pelas empresas suspeitas com o poder público excedem R$ 6 milhões.
Nós entramos em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que administra a reserva, mas não tivemos retorno até o fechamento desta matéria.
*Estagiária sob supervisão de Ariane Póvoa