Depois da chegada do novo coronavírus, o número de sepultamentos realizados nos cemitérios públicos urbanos de Manaus, mais que dobrou. De acordo com a prefeitura da capital amazonense, antes da pandemia a média era de 30 sepultamentos por dia, mas desde domingo, mais de 100 pessoas são enterradas diariamente.
Para conseguir sepultar tanta gente, a Secretaria Municipal Limpeza Urbana adotou o sistema de trincheiras, para realizar o enterro das vítimas de Covid-19, no único cemitério com capacidade para receber novas covas, o de Nossa Senhora Aparecida, na zona Oeste da cidade.
São covas coletivas, feitas por uma escavadeira. Os caixões ficam dispostos um ao lado do outro e são enterrados juntos. De acordo com a prefeitura, a metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas.
Duas câmaras frigoríficas foram instaladas no cemitério e estão sendo utilizadas para a conservação dos corpos.
Um escritório do serviço do SOS Funeral foi montando no local para dar suporte a servidores e familiares das vítimas.
Em vídeo publicado nessa terça-feira (21), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, afirmou que a cidade se encontra em estado de absoluta calamidade pública.
O prefeito lembrou que em um único dia, no domingo, 122 pessoas morreram na capital.
Segundo o prefeito, a pandemia não atingiu apenas hospitais e leitos de UTI, mas também os primeiros cuidados. Segundo Arthur Virgilio, dos 106 sepultamentos de segunda-feira (20), 38 foram de pessoas que morreram em casa. Por isso, Arthur destaca que é necessário ampliar o atendimento de atenção básica e garantir estrutura para a área hospitalar.
Manaus tem quase 80% dos casos confirmados de Covid-19 no Amazonas. Das 193 mortes por coronavírus no estado, apenas vinte ocorreram fora da capital manauara.
