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Pandemia provoca queda no número de transplantes de órgãos no Rio

Programa Estadual de Transplantes
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Raquel Junia
27/04/2020 - 12:47
Rio de Janeiro

Com a crise sanitária causada pelo coronavírus, houve uma redução no número de transplantes no estado do Rio de Janeiro, no mês de abril. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ainda não há dados consolidados sobre o período da quarentena, mas a pandemia exigiu cuidados adicionais que frearam as operações do Programa Estadual de Transplantes, o PET, que está completando dez anos.

 

O programa precisou adequar os protocolos para que não sejam captados órgãos de pacientes que foram à óbito com suspeita ou confirmação da doença, nem de pacientes que tiveram contato com pessoas infectadas pelo vírus. Ainda de acordo com secretaria, a redução em até 48 horas no prazo praticado pelo Laboratório Central de Saúde Noel Nutels para confirmação dos resultados de coronavírus, tem sido possível assegurar a segurança das doações.

 

Até março, no entanto, antes das complicações da pandemia, os dados mostram aumento de transplantes em 2020. O programa registrou o melhor primeiro trimestre em uma década, com 254 transplantes de órgãos sólidos, 54% a mais do que no mesmo período do ano passado.

 

O Programa Estadual de Transplantes, criado em 2010, fez com que o Rio de Janeiro saltasse das ultimas posições no ranking nacional para o terceiro lugar, atrás apenas de São Paulo e Paraná. De lá para cá, dados oficiais apontam quase 19 mil procedimentos.

 

O médico coordenador do programa, Gabriel Teixeira, afirma que o sucesso da política estadual se deve também a uma maior conscientização da população. Ao longo dos dez anos foram feitas campanhas educativas sobre a importância das doações e desde 2018 os profissionais que abordam os familiares receberam uma capacitação que qualificou esse atendimento.

 

Legalmente, no Brasil, o transplante só pode ocorrer mediante autorização dos parentes, sem necessidade de documentação. O coordenador do programa do PET reforça a importância de que as pessoas tenham consciência da doação e deixem isso claro para os familiares.

 

Atualmente, o PET realiza captação e transplante de coração, fígado, rim, pâncreas, medula óssea, osso, pele, córnea e esclera.  A Secretaria Estadual de Saúde conta para este ano com um orçamento de R$25 milhões, e espera zerar a fila de transplantes de córnea até 2022.

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