Pela primeira vez em 75 anos, a famosa Alvorada Festiva, que reúne milhares de fiéis em frente à Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, Zona Norte carioca, não pôde ser realizada. Também não houve missa campal e foguetório na Igreja do Santo Guerreiro, no centro da cidade.
A quebra da tradição é mais um entre tantos reflexos que o novo coronavírus impôs no cotidiano das pessoas. Depois de afetar as celebrações da Páscoa, a pandemia foi responsável pelo adiamento de uma das festas religiosas mais tradicionais do Rio.
Além das igrejas fechadas, o Dia de São Jorge, comemorado neste 23 de abril, não pôde contar com as festas populares, rodas de samba e feijoadas também tradicionais nas homenagens ao santo.
Os terreiros de umbanda e candomblé, onde São Jorge é sincretizado no orixá Ogum, desta vez calaram os atabaques. As casas de santo também seguem com suas atividades suspensas.
E nesse contexto, mais uma vez, a tecnologia se aliou a fé.
Com as portas das igrejas fechadas, as missas foram transmitidas pela internet, como informou o padre Dirceu Rigo, em vídeo divulgado nas redes sociais da Igreja de São Jorge.
Em outro aviso endereçado aos devotos, o padre Dirceu Rigo afirma que a festa em homenagem ao Santo Guerreiro deverá ser realizada em agosto ou setembro.
Com comemorações particulares por parte dos fiéis, a programação este ano na Matriz de São Jorge foi feita, com alvorada às 5h, toque de clarinete e do sino e uma pequena queima de fogos. Mas, dentro da igreja, somente o padre e os auxiliares para ajudar na celebração das missas realizadas ao longo do dia e transmitidas pela internet.