Mais de 50 anos depois que a Revolta de Stonewall tomou ruas de Nova York pedindo o fim da repressão policial contra a população LGBTI, o preconceito e a violência ainda persistem, o que significa que a luta não pode parar. Mas ela se reinventou em tempos de pandemia, e pela primeira vez, o Dia do Orgulho LGBTI, neste domingo, será celebrado online.
O Festival de Cultural e Parada Online do Orgulho LGBTI Brasil vai transmitir dez horas de programação, com shows musicais, apresentações artísticas e mensagens de apoio de autoridades. Além disso, pessoas lésbicas, gays, bi, trans e intersexo terão espaço para dar depoimentos.
A vice-presidente do Grupo Arco-Íris, um dos organizadores do evento, Marcelle Esteves, adianta que a parada vai falar para um público amplo, buscando alcançar não apenas quem costuma frequentar os atos, mas também suas famílias e outras pessoas que cheguem ao festival por suas redes sociais. Outra intenção é revigorar o orgulho das pessoas LGBTI, neste momento de isolamento social.
Marcelle será uma das apresentadoras da parada, ao lado do coordenador-executivo do Grupo Arco-Íris, Claudio Nascimento, e da coordenadora de pessoas trans da Aliança Nacional LGBTI, Alessandra Ramos. A escolha de três pessoas LGBTIs negras para conduzir a programação traz para o movimento a luta antirracista que está em ebulição ao redor do mundo.
A parada contará com artistas LGBTIs históricos, como Jane Di Castro, Lorna Washington e Suzy Brasil. A programação também terá diversidade regional, com atrações como o Boi Garantido do Festival Folclórico de Parintins e depoimentos de autoridades, entre eles, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Roberto Barroso. A programação, no domingo, será exibida a partir das duas horas da tarde, no perfil da Aliança LGBTI, no Facebook.