Campanha quer chamar a atenção para desigualdade socioeconômica que atinge mulheres do campo
Sessenta milhões de mulheres vivem na região rural na América do Sul e no Caribe. O número é da FAO, agência da ONU para a Alimentação e Agricultura. Aqui no Brasil, o IBGE aponta que, das pouco mais de 5 milhões de propriedades rurais, cerca de 1 milhão estão sob a responsabilidade de mulheres. Mas elas ainda enfrentam muitos obstáculos, como destacou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Para reduzir essas dificuldades, a FAO lançou, nessa quarta-feira (29), a quinta edição da campanha “Mulheres do Campo, Mulheres de Direitos”. É uma iniciativa conjunta com diversos países, entre eles o Brasil, que começou em 2015.
A proposta da campanha é dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes. Isso porque elas vivem e trabalham em um contexto de desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais. Apesar do avanço da agricultura, a pandemia do novo coronavírus afetou demais os outros setores rurais em que as mulheres têm participação relevante. Entre eles, a prestação de serviços, o comércio, o artesanato e o turismo.
O representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, destacou que elas também sofrem violência no campo.
A FAO e outras cinco agências das Nações Unidas estão finalizando um projeto para fortalecer as atividades rurais não agrícolas. E o foco será exatamente nas mulheres dedicadas a serviços de comércio, artesanato e turismo.
O lançamento da campanha foi no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia, mas não discursou.