Entregadores de aplicativos atrasam almoço em São Paulo para protestar contra valor do frete
Em greve, os entregadores de aplicativos paralisaram as entregas de almoço nesta quarta-feira (1°) e pediram a solidariedade das pessoas. Na cidade de São Paulo, os motoboys realizaram concentrações em diversas regiões, inclusive no Masp, na avenida Paulista e nas ruas do centro. O ato deve terminar na ponte estaiada, na zona sul da cidade. Os entregadores também prometem paralisar as entregas de jantar.
O movimento chamado de “Breque dos Apps” foi organizado por trabalhadores de diferentes cidades, por meio da internet. Eles alegam que não são vinculados a sindicatos ou partidos.
Os entregadores reivindicam o fim dos bloqueios e desligamentos que, na opinião deles, ocorre de forma aleatória. Querem também o fim do sistema de pontuação do aplicativo Rappi, seguro para roubo ou acidente e ainda, maior distribuição de EPIs (equipamentos de proteção individual).
Além disso, conforme explicou o motoboy Diógenes Souza, os aplicativos aproveitaram o aumento no número de entregadores na rua para baixar o valor pago nos fretes. Por isso, uma das principais demandas do movimento é justamente o aumento no valor do frete pago aos motoboys.
Atualmente, o sistema dos aplicativos tem o chamado entregador na nuvem, que, em tese, escolhe a hora para trabalhar, mas que é mais precarizado. Recebe apenas por entrega, o que, muitas vezes, gera jornadas de 9 a 12 horas por dia e o trabalho só rende R$ 1.000 por mês.
Há os motoboys que trabalham com os chamados Operadores Logísticos, neste caso, conseguem receber por hora, cumprindo uma carga horária junto ao operador. No entanto, o movimento acusa os aplicativos de usarem esses operadores logísticos para intimidar e desmobilizar a greve de hoje.
Em nota, a Rappi diz que reconhece o direito à livre manifestação pacífica e busca continuamente o diálogo com os entregadores parceiros. Acrescenta que o sistema de pontos, criticado pelos motoboys, é para operar com transparência e equilibrar o ecossistema, considerando demanda e entregadores logados.
A Ifood, por sua vez, afirma que apoia a liberdade de expressão em todas as suas formas e que em nenhuma hipótese os trabalhadores serão desativados por participar de movimentos. De acordo com a empresa, eventualmente, as desativações ocorrem por problemas como extravio de pedidos, fraudes de pagamentos ou cessão da conta para terceiros.