Prefeitura de Duque de Caxias (RJ) vai manter Terreiro da Gomeia, centro histórico do candomblé
Após forte mobilização social, a Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), desistiu da construção de uma creche no Terreiro da Gomeia.
O local de importância histórica para o candomblé é considerado sagrado para os descendentes espirituais do babalorixá Joãozinho da Gomeia, uma das principais lideranças da religião no país, morto em 1971.
A prefeitura informou em nota que pretende preservar a área, onde ainda estão relíquias da época em que abrigava o terreino, e realizar a manutenção no local, de forma a respeitar as vivências e as experiências religiosas de toda a população, em especial dos praticantes das religiões de matriz africana da cidade.
O recuo também ocorreu após o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro entrarem com um procedimento administrativo, questionando o projeto de construção da creche em local que merece proteção por ser patrimônio histórico material e imaterial.
O MPF destacou a importância da valorização e atuação proativa do Estado em favor das religiões de matriz africana, sobretudo em razão da importância de Joãozinho da Gomeia não apenas para a região, como para o país.
Apesar do recuo da prefeitura, o MPF defende que é necessário avançar nas medidas de proteção ao patrimônio, nos âmbitos estadual e federal.
Um dos marcos para o reconhecimento das religiões de base africana no país, o Terreiro da Goméia funcionou de 1951 até 1971, quando o seu dirigente faleceu. A prefeitura de Duque de Caxias reconheceu na nota que o local contribui para a memória cultural e valoriza o patrimônio de importantes grupos que formam a sociedade brasileira.




