Favelas ficaram sem plano específico para lidar com pandemia
Há seis meses, o Brasil vive a realidade de uma pandemia, que impôs a adoção de novos hábitos, como o distanciamento social e um maior cuidado com a higiene.
No entanto, como adotar essas medidas em lugares como as favelas do estado do Rio de Janeiro, locais onde as habitações são, muitas vezes, apertadas e abrigam muitas pessoas?
Tais questões deveriam ter sido objeto de um planejamento específico por parte do Poder Público, mas um relatório divulgado pela Defensoria Pública do estado aponta que isto não ocorreu, como alertou o ouvidor do órgão, Guilherme Pimentel.
Sonora: “Durante as escutas das favelas e periferias, na pandemia, que realizamos entre abril e julho deste ano, o que mais salta aos olhos é a ausência total de um plano de governo específico para lidar com o pandemia nos territórios de favela e periferia, onde as condições de moradia são incompatíveis com as condições pretendidas nas recomendações sanitárias. A ausência desse plano pra lidar com essa realidade chama muito a atenção, porque ali há uma parte considerável da população sem ter como se cuidar.”
Ainda de acordo com Guilherme Pimental, resolver a situação da pandemia nas cidades passa necessariamente por resolvê-la nas favelas:
Sonora: “Essa realidade da favela e da periferia, se ela não for tratada, é uma realidade de toda cidade, porque ela torna impossível conter a disseminação da pandemia em toda a cidade, na medida em que a favela faz parte da cidade”.
Ele pontua alguns dos principais gargalos encontrados na pesquisa realizada pela Defensoria:
Sonora: Também foram colocados alguns pontos de atenção prioritário. A questão da moradia, temos verificado despejos e remoções durante a pandemia. População com muita dificuldade de acessar o auxílio emergencial. O acesso à saúde, além dos leitos, e do tratamento hospitalar e consultas, um grave problema é a questão do fluxo de sepultamentos e remoção de cadáveres. E também a questão das operações policiais, que continuaram mesmo na pandemia”
O levantamento da Defensoria Pública do Estado foi feito a partir das informações coletadas junto a 57 líderes comunitários de quase 40 favelas e bairros periféricos da capital, Região Metropolitana e Baixada Fluminense.
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