PF desarticula braço financeiro que opera há mais de 10 anos no PCC
A Polícia Federal deflagrou nessa terça-feira (29), a operação Rei do Crime, para desarticular um braço financeiro que opera há mais de 10 anos em benefício da facção criminosa PCC, o Primeiro Comando da Capital. Na operação, foram interditadas 70 empresas e bloqueadas contas bancárias em valor superior a R$730 milhões.
Além disso, foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio e sequestro de bens móveis e imóveis em São Paulo, Santa Catarina e no Paraná.
De acordo com o delegado Rodrigo de Campos Costa, a investigação teve início a partir da disputa dentro da facção, que resultou na morte de dois líderes do grupo. Os delegados rastrearam o proprietário do helicóptero usado na execução e, a partir daí, descobriram uma rede de combustíveis e uma série de empresas que eram usadas pelos criminosos para lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado, o nível de sofisticação da quadrilha era tamanha que eles chegavam a usar holdings para tentar ocultar os reais proprietários dessas empresas.
A investigação ainda contou com a parceria do COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras e da Receita Federal, que identificou mudanças atípicas dos investigados, que ultrapassaram 30 bilhões de reais.
Sobre a rede de combustíveis interditada pela justiça, o delegado Elvis Seco explicou que houve a preocupação de preservar o trabalho legítimo dos funcionários e por isso, de forma inédita, essa rede será a princípio administrada pela Secretaria Nacional de Justiça, para avaliação de seu valor, e depois alienada.
Os valores obtidos com a venda dessas empresas, posteriormente, integrarão o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD) para fomentar políticas públicas e investimentos em segurança pública.