A colheita de uma das maiores riquezas do estado do Tocantins, o capim dourado, começou nesta semana. O trabalho ocorre no Parque Estadual do Jalapão e na Área de Proteção Ambiental do Jalapão.
Neste ano, devido a pandemia do novo coronavírus, pela primeira vez, não foi possível realizar a tradicional Festa da Colheita, nem de forma virtual, por causa das dificuldades de acesso à internet na região. É o que relata Ana Mumbuca, da comunidade quilombola Mumbuca, localizada no município de Mateiros. Os extrativistas também lamentam não poder fazer a colheita da forma tradicional.
A região do Jalapão está fechada para o turismo desde março por causa da pandemia. Isso impactou a renda dos artesãos e reduziu as vendas dos produtos feitos com capim dourado, como conta Amelia Alves de Souza Neta, da Associação dos Extrativistas e Artesãos do Povoado do Prata.
Rejane Nunes, é supervisora da Área de Proteção Ambiental do Jalapão do Naturatins, Instituto Natureza do Tocantins. Ela afirma que as famílias que estão em campo recebem apoio e orientações em relação aos cuidados com a covid-19. Além disso, a colheita está sendo monitorada.
Segundo o Naturatins, esse monitoramento também é fundamental para controlar possíveis queimadas, um dos principais problemas apontados pelos extrativistas para a diminuição do capim dourado na região do Jalapão.
O Tocantins possui uma Política Estadual de Uso Sustentável para garantir a manutenção do equilíbrio ecológico nos ambientes de ocorrência do capim dourado e da palha do buriti. Atualmente, cerca de 850 extrativistas de oito associações estão autorizados pelo Naturatins a trabalharem nos campos. A colheita segue até o dia 30 de outubro.