Após 5 anos parada, obra da linha-6 Laranja do metrô de SP é retomada
Depois de quase cinco anos paradas, as obras da linha-6 Laranja do metrô de São Paulo recomeçaram nessa terça-feira.
A obra vai custar R$ 15 bilhões e gerar mais de 9 mil empregos, segundo o governador João Dória, que prometeu entregar a linha em 2025.
Se o prazo for cumprido, a linha seis vai ser entregue com 13 anos de atraso. E foi justamente por depender do investimento de empresas privadas que os trabalhos foram interrompidos.
Em 2016, o consórcio Move, formado pelas construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, anunciaram a decisão de suspender as obras porque estavam com dificuldades de conseguir financiamento junto ao BNDES.
O período coincide com a operação Lava-Jato, que atingiu em cheio a Odebrecht, uma das maiores acionistas do consórcio.
Em 2018, o governo de São Paulo decretou que o contrato com o consórcio tinha caducado e a anunciou que a continuidade da obra seria exclusivamente com recursos públicos. Mas essa decisão foi revogada por Doria, e o contrato com o consórcio retomado nessa segunda-feira, agora sob o comando do grupo espanhol Acciona.
Para o diretor da Fenametro, a Federação Nacional dos Metroferroviários, Alex Santana, o caso mostra que, ao contrário do anunciado pelo governador, os recursos da obra não são exclusivamente privados.
Nessa segunda-feira, uma edição extra do Diário Oficial do estado transferiu os terrenos para o grupo espanhol. Além disso, segundo a Secretaria de Transportes, mais de R$ 1,7 bilhão do governo paulista vão ser investidos na obra, além de R$ 1 bilhão em renúncias fiscais.
A linha 6 do metrô vai ter 15 estações ao longo de pouco mais de 15 quilômetros, de Brasilândia, na Zona Norte, até São Joaquim, no centro da capital paulista. A expectativa é de que cerca de 630 mil passageiros sejam atendidos quando a linha entrar em operação.