PF faz operação em São Paulo para comprovar atuação de família
A Polícia Federal cumpre em São Paulo mandados de busca e apreensão, como desdobramento das Operações Eficiência e Câmbio, Desligo, desencadeadas em 2017 e 2018 . No total, são nove mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos na capital paulista, autorizados pela 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro.
O objetivo é coletar elementos de prova da atuação de uma mesma família que, segundo a Polícia Federal, é estruturada como uma organização criminosa, dedicada a esquemas ilegais de câmbio. A polícia explicou que o nome da operação, batizada de Clãdestino, é uma referência à palavra clã que quer dizer núcleo familiar e a atuação ilegal desse grupo, na clandestinidade.
De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações se concentram em torno das operações realizadas por familiares de um dos doleiros que operavam em São Paulo, cujos principais clientes eram comerciantes da região da Rua 25 de março. O doleiro não teve o nome divulgado.
No entanto, o Ministério Público Federal informou que ele foi preso em abril de 2019 no Uruguai, data e local que coincidem com a detenção do doleiro brasileiro Chaaya Moghrabi, denunciado como integrante de uma grande organização criminosa de lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que o núcleo familiar alvo da operação desta terça-feira (10), seguiu praticando atos de lavagem de ativos mesmo depois da operação Câmbio, Desligo, que decretou a prisão de Chaaya Moghrabi e de outros envolvidos, como Dario Messer, apontado como doleiro dos doleiros.
A família de Moghrabi, ainda segundo as investigações, compartilhava da sociedade ou diretoria de cinco offshores, bem como de contas bancárias no Brasil e no exterior, por meio das quais as operações eram realizadas. O MPF sustenta que entre 2011 e 2017, o doleiro e a família teriam movimentado US$239,75 milhões.
As Operações Câmbio Desligo e Eficiência foram desdobramentos da Lava Jato. A primeira teve como um dos alvos Dario Messer, apontado como responsável, segundo o MPF, pela criação de uma rede internacional de lavagem de dinheiro, que movimentou US$1,6 bilhão em 52 países.
Messer,que estava foragido, foi preso mais de um ano depois de deflagrada a ação, mas fez um acordo de colaboração premiada e está em liberdade provisória.
Já a operação Eficiência teve como alvos, entre outras pessoas, o ex governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, a mulher dele, Adriana Anselmo, e o empresário Eike Batista, também por lavagem de dinheiro com a utilização da rede organizada por Messer.