Após paralisação, BRT volta a circular no Rio de Janeiro
Os três corredores exclusivos para ônibus articulados, o BRT, voltaram a circular normalmente nas primeiras horas desta terça-feira (1), após a paralisação dos rodoviários contra o parcelamento em cinco vezes do 13º salário.
Um acordo foi fechado e o consórcio BRT informou por meio de uma nota que utilizará os recursos de compromissos futuros para pagar, ainda hoje, o restante da primeira parcela do benefício. A nota diz ainda que a medida visa atender as necessidades dos usuários, que dependem do serviço para deslocamento diário.
A decisão foi anunciada após o consórcio, em posicionamento anterior, ter considerado o movimento dos motoristas ilegal.
Com a garantia do pagamento, os Corredores Transoeste, Transcarioca e Transolímpica voltaram a operar.
O presidente do Sintraturb Rio, o Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, explicou que o movimento dos trabalhadores do BRT foi uma paralisação espontânea, diante da revolta não só pelo parcelamento do 13º, mas também a redução dos salários neste ano em de cerca de 30%.
A paralisação do BRT colocou o Rio em estágio de mobilização, desde as três da tarde de ontem, segundo nível de uma escala de cinco, que indica o risco de ocorrência de grande impacto na cidade. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, o município voltou ao estágio de normalidade às 7h50 de hoje.
O BRT parou de circular por volta de 12h desta segunda-feira (30), com severos efeitos no trânsito. A cidade chegou a ter um congestionamento de 130 quilômetros na volta para casa, na zona oeste. Muitos passageiros pegos de surpresa pela greve e tiveram que esperar por muito tempo os ônibus comuns lotados.
Uma situação inusitada também chamou a atenção. Com as estações cheias e o tumulto, um passageiro revoltado decidiu dirigir um dos ônibus articulados em um terminal, e chegou a pegar passageiros em algumas estações, mas depois foi interceptado. O caso acabou na Delegacia de Polícia, onde o homem prestou depoimento e foi liberado.
No domingo (29), dia de segundo turno das eleições municipais, outra paralisação, de rodoviários de duas empresas de ônibus convencionais, que operam na zona oeste, também foi causada pelo parcelamento do 13º. O Tribunal Regional Eleitoral precisou mediar a situação para evitar impacto no deslocamento dos eleitores.