Festas de fim de ano acendem alerta para perigos de beber e dirigir
A voz de Fernando Alberto Diniz mostra a tristeza de perder um filho, mesmo depois de passados quase 18 anos. A mistura de álcool e direção provocou a partida precoce de um jovem que estava no início da faculdade e tinha ainda muita coisa pra viver.
Esse é o resultado mais cruel dessa mistura explosiva. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, feita pelo IBGE, mostrou que 1 em cada 4 brasileiros dirige sob efeito de bebida alcoólica.
Giseli Nogueira Damacena, doutora em Epidemiologia e pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde da Fiocruz, se debruçou sobre os números divulgados pelo Ibge. Em artigo, ela revelou que a proporção de pessoas que se envolveram em acidente de trânsito com lesões corporais, nos 12 meses anteriores à pesquisa, foi de 3,1% na população geral e quase o dobro entre os indivíduos que admitiram o consumo abusivo de álcool (6,1%).
A segurança no trânsito é diretamente afetada pelo consumo de álcool, e vai além da falta de reflexos do condutor que bebeu. Quem explica é o psiquiatra Arthur Guerra.
Com o fim do ano, as autoridades de trânsito já preparam campanhas e ficam mais alertas porque, mesmo num ano de pandemia, muita gente acaba celebrando com bebidas e se esquece da segurança no trânsito.
A chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal do Distrito Federal, Pâmela Vieira, explica como são as sanções para quem é pego com alguma quantidade de álcool no sangue.
Nos 2 primeiros finais de semana de dezembro, a PRF no Distrito Federal realizou uma operação contra a embriaguez ao volante e ao todo foram multados 137 condutores. Destes, 69 foram presos.
Desde 2013, a Lei Seca ficou mais rígida para enfrentar a combinação beber e dirigir. Impôs tolerância zero ao motorista que ingeriu bebida alcoólica, dobrou o valor da multa e ainda começou a admitir o uso de vídeo e testemunhas como prova da embriaguez. A Lei Seca também tenta reduzir o número de acidentes com vítimas, por ano, segundo o governo, 40 mil brasileiros morrem em batidas, capotagens e atropelamentos.
