PF é recebida a tiros durante ação da Operação Sangria
A Polícia Federal foi recebida a tiros na casa do empresário Nilton Lins, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão da Operação Sangria, que apura possíveis irregularidades em ações de combate à covid-19 no Amazonas.
A informação foi confirmada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, durante a abertura da sessão do Superior Tribunal de Justiça desta quarta-feira (2). Segundo a subprocuradora, foi a primeira vez em 30 anos de trabalho, que ela viu algo desse tipo.
Ao todo são 25 mandados judiciais, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça nas cidades de Manaus e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O governador do Amazonas, Wilson Lima, também foi alvo de mandado de busca e apreensão e o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, de prisão temporária. Wilson Lima deve ser ouvido na CPI da Pandemia no próximo dia 10.
Esta é a quarta fase da Operação Sangria, que tem atuação conjunta da Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal no Amazonas. De acordo com a PF, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais. Já a CGU destaca que houve sobrepreço para o serviço de limpeza, um valor 539% acima do praticado no hospital de referência.
Em nota, o governador Wilson Lima afirmou que se mantém à disposição das autoridades para esclarecimentos sobre as ações de seu governo e que está convicto que não cometeu qualquer ilegalidade. A assessoria do secretário de Saúde não respondeu aos pedidos de informação. A reportagem também não conseguiu contato com a defesa de Nilton Lins.
* Com produção de Dayana Vítor.