A ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, o que acarreta em centenas de casos de hospitalização por doenças de veiculação hídrica.
Esses são alguns dos destaques do Ranking do Saneamento 2022 com foco nos 100 maiores municípios brasileiros, divulgado nesta terça-feira, Dia Mundial da Água, pelo Instituto Trata Brasil.
O estudo avaliou o percentual da população que tem acesso à água e à coleta de esgoto e o de perdas de água; e os investimentos em saneamento básico em cada uma dessas cidades.
A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, explica que municípios dos estados de São Paulo e Paraná, historicamente, estão entre as 20 melhores posições no ranking. Nas piores colocações estão principalmente cidades da região Norte e Nordeste e municípios do Rio de Janeiro. Luna Pretto destaca que as cidades que mais investem em saneamento são as que tem melhores indicadores. A dirigente do Instituto Trata Brasil apontou que o país avançou muito pouco nos indicadores quando comparados com os dados do ano passado.
O estudo, que tem por base indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, destaca que o país ainda tem dificuldade com o tratamento do esgoto, pois somente 50% do volume gerado é tratado. Para se ter uma ideia, isso equivale a 5.300 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente.
O levantamento conclui que a universalização dos serviços de saneamento é o principal desafio do Brasil, mas que as metas do novo marco do saneamento básico oferecem instrumentos para que isso seja alcançado.