A ilha de São Luís que abriga além da capital maranhense, outros três municípios, está com seus 22 pontos de praia que são monitorados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais impróprios para banho. O monitoramento foi realizado entre 3 a 31 de maio, sendo parte do acompanhamento semanal das condições de balneabilidade das praias.
O laudo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente indica a presença do carreamento de matéria orgânica nos mares. Ainda, segundo o boletim, a ocorrência de chuvas fortes, nos últimos meses, também influência a chegada de esgoto nas praias.
Especialistas afirmam que parte deste problema é consequência das condições deficitárias no funcionamento da rede de esgoto em São Luís. De acordo com uma pesquisa do Instituto Trata Brasil, apenas 20% do esgoto da capital recebe o tratamento necessário. Situação agravada com o período das chuvas, como explica o Professor Leonardo Lima, doutor em Geociências e membro do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão. Segundo ele, dejetos humanos e dejetos domésticos acabam indo parar nos rios, que acabam indo parar nos mares. "Nessa época do ano, esse processo se intensifica porque a gente começa a ter maior chuva, e a chuva começa a levar até os materiais que estavam já estocados, armazenados dentro dos rios", explica.
O cenário negativo da balneabilidade das praias da orla em outras capitais do Nordeste é recorrente. No litoral alagoano, por exemplo, dos 66 pontos monitorados, 16 estão inadequados para banho, segundo o Instituto do Meio Ambiente do estado.
Em Recife, dos 25 pontos monitorados pela Agência Estadual de Meio Ambiente, 14 não são indicados para banho. Já o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, aponta que apenas em Salvador são pelo menos vinte e um pontos com riscos à saúde para quem se aventurar a mergulhar nestas praias. Natal, Aracajú e João Pessoa aparecem com uma realidade melhor e com praticamente todas as praias da capital próprias para banho.
