A estrutura do bimotor norte-americano Catalina ficou no fundo do mar durante oito décadas, perto do município de Maxaranguape, no Rio Grande do Norte. Os destroços da aeronave foram percebidos inicialmente pelo mergulhador Paul Bouffis, que havia escutado relatos da queda de um avião na área. Ao se deparar com uma carcaça, ele tirou fotos da estrutura que não parecia ter formas de nenhum avião moderno conhecido.
As imagens foram enviadas para o curador do Centro Cultural Trampolim da Vitória, Fred Nicolau, que pesquisa há mais de dez anos aviões caídos na área. O Centro reúne fatos históricos sobre a presença de soldados norte-americanos no Rio Grande do Norte durante a Segunda Guerra Mundial.
As imagens das fotos foram reconhecidas como sendo do bimotor Catalina, e confirmam relatos que constam em relatórios do governo norte-americano e em livros sobre a história da aviação. Esses relatos também confirmam a data exata do acidente: dia 13 de junho de 1942, às 18h20. Dos dez tripulantes norte-americanos, apenas três sobreviveram. Após o consulado norte-americano ser informado, foi organizada uma homenagem às vítimas, que aconteceu na última segunda-feira (13), exatamente 80 anos após o acidente.
No ano passado, foi identificada outra aeronave que também caiu durante a Segunda Guerra Mundial, no município de Humberto de Campos, no Maranhão. O Bombardeiro B-25, que se acidentou há 79 anos, foi reconhecido porque a estrutura do trem de pouso ainda estava relativamente preservada.
De acordo com Fred Nicolau, a identificação dessas aeronaves tem sido difícil. Diferente dos aviões atuais, elas eram feitas de material com rápido desgaste e há muitas coordenadas imprecisas nos relatórios feitos durante a guerra.
Mas existem ainda outros problemas para a preservação dessa memória.
Há informações de pelo menos 20 acidentes ocorridos com aeronaves norte-americanas entre o Amapá e o Rio Grande do Norte durante o período da Segunda Guerra. Na época, milhares de aviões foram enviados pelos Estados Unidos para a base norte-americana em Parnamirim, cidade vizinha a Natal, no Rio Grande do Norte.
