O número de idosos no país aumentou quase 40% entre 2012 e 2021, de acordo com os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo IBGE, nesta sexta-feira.
A parcela de pessoas com 60 anos ou mais foi estimada em 14,7% da população em 2021. Em 2012, era pouco mais de 11%. As pessoas de 65 anos ou mais atingiram 10,2% da população total. Já o número de brasileiros com menos de 30 anos caiu 5,4%, no período.
O IBGE ressaltou que alguns dados foram ajustados com base nas estimativas de população projetadas em 2018 e que, portanto, não incorporaram os efeitos da pandemia de covid-19, que registrou aumento dos óbitos na faixa etária mais idosa.
Segundo Gustavo Fontes, analista do IBGE, o Censo de 2022 pode trazer algum ajuste nesses resultados, mas a evolução do envelhecimento da população do país é uma tendência que deve se confirmar.
Outro resultado que chama a atenção na pesquisa é o recorte por raça/cor. Entre 2012 e 2021, houve um aumento de 32,4% das pessoas autodeclaradas pretas e de 10,8% para pardas, enquanto a população que se declarava de cor branca não apresentou variação relevante. A Região Nordeste registrou a principal expansão da participação das pessoas declaradas pretas e a região sul, para as de cor parda.
Gustavo Fontes, do IBGE, avalia alguns fatores que podem ter contribuído para o aumento da participação de negros na população do país.
A Pnad Contínua ainda mostrou aumento de moradias individuais. Em dez anos, a proporção de unidades domésticas com apenas um morador, passou de 12,2% para quase 15% do total. Os homens eram 56,6% das pessoas que moravam sozinhas. As regiões sul e sudeste tinham a maior parcela de moradores individuais.
A forma mais frequente de arranjo em domicílios continua sendo a de casais, com ou sem filhos, ou famílias chamadas monoparentais, mães ou pais com filhos.
A população total do país cresceu 7,6% e chegou a 212 milhões de habitantes em 2021.