Covid-19 fez número de mortes no país crescer 16,9% em 2021
A pandemia de covid-19 fez o número de óbitos no país crescer 16,9% em 2021, depois de já ter saltado 15,3% em 2020.
Nos 10 anos antes da pandemia, o aumento médio anual de óbitos no Brasil foi de 1,1%. Os dados são da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somente no ano passado, mais de 420 mil brasileiros morreram por causa da doença, o dobro de 2020. E, de acordo com a pesquisadora do IBGE Clician Oliveira, a disseminação foi tanta que fez com que as doenças infecciosas e parasitárias se tornassem a principal causa de morte no ano passado.
Em números absolutos, as doenças infecciosas e parasitárias predominaram como maior causa de óbito entre pessoas de 40 a 69 anos em 2021, e ficaram em segundo lugar dos 20 aos 29 anos e acima de 70.
A participação da covid-19 nessa categoria foi bastante expressiva. Só na faixa etária dos 60 aos 69, 108,8 mil pessoas morreram em 2021 por alguma dessas doenças, sendo 98 mil de infecção pelo coronavírus.
Já em 2019, apenas 9,1 mil pessoas nessas idades morreram em decorrência de alguma infecção ou parasita – dez vezes menos.
E, apesar da explosão de casos da variante gama ter causado uma onda muito mais letal em 2021, os efeitos da vacinação já começaram a aparecer. Em 2020, mais da metade dos mortos por doenças infecciosas e parasitárias tinham mais de 70 anos. No ano seguinte, em que essas pessoas já estavam vacinadas, a proporção diminuiu para cerca de 40%, aumentando entre os mais jovens, que ainda esperavam sua vez de se imunizar.
Essa incidência começou a diminuir a partir de meados de junho, quando a vacinação com a primeira dose atingiu 30,4% da população, e com registro de 238 novos casos a cada 100 mil habitantes.
Um mês depois, com a taxa de vacinação se aproximando de metade da população adulta, a quantidade de infecções já havia diminuído para 115,9. Já no final de dezembro, com mais de 75% da população vacinada pelo menos uma vez, essa taxa de incidência caiu para 10,4%.