O período de festas de fim de ano e o uso de fogos de artifício se tornam um drama na vida das pessoas com autismo, idosos, além dos animais de estimação que têm ouvidos ultrassensíveis. 
A Assembleia Legislativa de Goiás aprovou, no mês passado, uma lei que proíbe em todo o estado o uso de fogos que causam estrondo. Só que a nova regra só começa a valer em maio de 2023 para que haja uma adaptação.
Saulo Medeiros, morador de Goiânia, tem um filho de 30 anos com um quadro de autismo severo, e que sofre muito com o barulho causado pelos fogos. Apesar de já existir uma legislação semelhante na capital goiana, durante a Copa do Mundo ela não foi respeitada. Saulo espera que a nova lei estadual resolva o problema.
“Nós vamos gostar muito. É uma coisa muito necessária. Um período que a gente deveria gostar que é período de festas, Copa do Mundo, a gente não gosta justamente por causa dos fogos. No começo a gente corria, começava os fogos, ia pra perto dele e ficamos fazendo carinho nele até passar mas não passava a barulheira, quando você pensava que passava vinha outro.”
Além do estado de Goiás e sua capital Goiânia, outras cinco capitais já têm leis que proíbem o uso e a comercialização dos fogos que emitem ruídos. São elas: Macapá, Campo Grande, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
O médico otorrinolaringologista Florisval Meinão alerta que qualquer pessoa pode sofrer danos graves na audição por causa do barulho dos fogos.
“Fogos de artifícios explodem normalmente a um nível de 50 metros acima do solo e eles têm um nível de pressão sonora acima de 120 decibéis que são os níveis recomendados máximos pela OMS. Desta forma, todas as pessoas que se expõe a eles estão sujeitas a terem lesões definitivas em seus aparelhos auditivos.”
Uma dica para evitar esses danos ao sistema auditivo e amenizar o barulho é o uso de tampões de ouvido.
*Com supervisão de Bianca Felipe Paiva
