Boate Kiss: familiares e amigos relembram dez anos da tragédia
Familiares e amigos de vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, fizeram uma vigília em frente à casa noturna na madrugada desta sexta-feira (27). A caminhada começou na praça Saldanha Marinho, no centro da cidade, e seguiu em silêncio até a boate, que fica a uma quadra de distância.
Foi apresentada uma coreografia de dança retratando os eventos da tragédia e uma colagem de mensagens e imagens na fachada da Kiss. Essa é uma maneira de extravasar a saudade e o sofrimento impostos pela tragédia que deixou 242 jovens mortos e mais de 630 feridos. O caso completa dez anos neste 27 de janeiro.
O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Gabriel Rovadoschi, agradeceu os participantes.
Uma exposição na praça Saldanha Marinho traz fotos de jovens que morreram na tragédia com a simulação de como estariam hoje. Umas das homenageadas é a Andrielle, filha da dona Ligiane Righi da Silva.
Para a Ligiane, esse caso não pode ser esquecido nem silenciado, mas para algumas pessoas essas ações que relembram a tragédia podem prorrogar o sofrimento dos que perderam seus entes queridos. Uma opinião que a psicóloga Ariadna de Andrade, que trabalha com familiares de vítimas, discorda.
Após 10 anos, o caso continua sem que ninguém tenha sido responsabilizado. O júri que havia condenado quatro pessoas em 2021 foi anulado por questões processuais. Ainda não há data para um novo julgamento. O Ministério Público do Rio Grande do Sul tenta reverter a anulação nos Tribunais Superiores.