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Camelôs protestam contra ações da prefeitura no Rio

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Carolina Pessoa* - Repórter da Rádio Nacional
18/01/2023 - 14:30
Rio de Janeiro

Trabalhadores do Movimento Unido dos Camelôs, o Muca, e do movimento Trabalhadores Sem Direitos fizeram hoje, em Copacabana, uma manifestação contra as ações da prefeitura e da Guarda Municipal. De acordo com os manifestantes, os camelôs e ambulantes do bairro têm sofrido graves violações de direitos, como explica Maria dos Camelôs, coordenadora do Muca e do Trabalhadores Sem Direitos.

“A gente tem recebido vídeos dos camelôs apanhando da Guarda Municipal, perdendo a mercadoria, estouro de depósito, levando toda a mercadoria. A gente está perdendo mercadoria direto, não está conseguindo pegar de volta nossa mercadoria no depósito”, disse.

Silvani Fernandes da Silva é camelô na área de Copacabana e denuncia ter sofrido agressões no local.

“No dia 30 de dezembro para muitos já era festa, para mim foi um pesadelo. Duas e meia da manhã os guardas cercaram todos os camelôs, começaram a correr atrás de todos, pegaram o meu carrinho, eu entreguei o meu carrinho, mesmo eu entregando, ele jogou spray de pimenta na minha cara, eu caí no chão, no chão ele deu um chute nas minhas costas”, contou.

Maria dos Camelôs acrescenta que trabalhadores de outros bairros do Rio de Janeiro também sofrem os mesmos problemas. E que a intenção do movimento é fazer outras manifestações caso a situação não melhore.

“Pretendemos sim fazer manifestações muito maiores na porta da prefeitura com camelôs de todos os bairros. Porque eu não tenho condições de chegar em casa e não ter comida pra dar a meu filho, olhar para a cara dele e falar, eu não tenho comida para te dar. As pessoas estão desempregadas e as pessoas precisam ter espaço na rua para trabalhar”.

Sobre as denúncias, a reportagem procurou a prefeitura, que encaminhou a resposta para a Secretaria de Ordem Pública. Em nota, a secretaria informou que, junto com a Guarda Municipal, iria monitorar a manifestação para garantia da fluidez no trânsito, mas assegurando o direito à livre manifestação. Também apontou que tem intensificado as ações para coibir a atuação de ambulantes ilegais em todo o município e que as apreensões de mercadorias de ambulantes irregulares é prevista em lei e a sua fiscalização uma atribuição dos órgãos municipais.

Sobre os materiais apreendidos, alegou que eles precisam de nota fiscal ou comprovação de titularidade e procedência para a devolução. E sobre o depósito citado, informaram que era clandestino e que todo o material estava armazenado de forma ilegal e em condições insalubres. A respeito das queixas de agressão e do caso da camelô Silvani Fernandes Silva, a secretaria informou que a ambulante estava em situação irregular e que desacatou os agentes durante uma operação de fiscalização da prefeitura no bairro. Além disso, ela portava garrafas de vidro e facas, e antes de ser detida, tinha quebrado uma garrafa nas costas de um dos agentes. A imobilização aconteceu por ela pegar uma faca e ir em direção à equipe. A secretaria também informa que não foi usado nenhum tipo de spray para detê-la.

* Matéria atualizada com informações da Secretaria de Ordem Pública.

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