O grave estado de saúde e de desnutrição que atinge indígenas da etnia Yanomami levou mais uma vida: desta vez uma idosa que aparece, em fotos que circulam nas redes sociais, magra e desnutrida, não resistiu.
A morte ocorreu um dia após a visita do presidente Lula e a comitiva ministerial ao estado de Roraima, onde está parte da Terra Indígena Yanomami.
Por lá, o governo anunciou ações emergenciais para combater o problema. A ida de Lula ocorreu após o Ministério da Saúde enviar equipes para avaliar a situação dos Yanomami.
Desde então, circulam pelas redes sociais, diversas imagens que denunciam a grave situação de desnutrição e doenças dos indígenas, principalmente as crianças. Entre as fotos, está a idosa que acabou falecendo.
Nas redes sociais, a URIHI - Associação Yanomami confirmou a morte e trouxe outro alerta: para que as fotos da idosa parem de ser publicadas, em respeito a uma tradição da etnia. Segundo o apelo da entidade, na cultura Yanomami, o nome da pessoa que morre não é mais pronunciado, os pertences são queimados e imagens não podem mais ser divulgadas.
A morte da mulher idosa é mais uma consequência da grave crise humanitária vivida pela etnia da maior Terra Indígena do país. E afeta, principalmente, as crianças. Segundo o governo federal, 570 delas morreram nos últimos quatro anos: de fome ou por doenças evitáveis.
Somente em quatro dias, entre 24 e 27 de dezembro do ano passado, a desnutrição, malária e fome levaram a vida de TRÊS pequenos Yanomami. Cerca de CINCO MIL crianças da região estão desnutridas.