A reabertura do metrô na capital paulista segue indefinida, apesar da empresa ter comunicado na manhã desta quinta-feira (23) que haveria liberação de catracas, ou seja, passe livre para a população, em concordância com pleito do Sindicato dos Metroviários. No fim da manhã, o Tribunal Regional do Trabalho determinou a operação reduzida, mas com cobrança de tarifa do metrô, com 80% do efetivo nos horários de pico e 60% nos demais horários.
Até às 12h40, as linhas de metrô Azul, Vermelho e Verde, além do monotrilho da linha Prata ainda seguiam paralisadas, de acordo com informações da própria empresa. Permanecem funcionando as linhas Amarelo e Lilás e as linhas de trem da CPTM.
Os metroviários paralisaram suas atividades desde a 0h desta quinta, pois cobram o pagamento da participação de lucros e resultados de 2020 a 2022, concurso público para reposição de mão de obra e o fim das terceirizações.
Dagnaldo Gonçalves, secretário-geral do sindicato, falou que a ideia do passe livre é chamar atenção sem prejudicar a população e forçar o governo de São Paulo a negociar, além disso ele disse ainda que a força de trabalho na empresa diminuiu em um ano de cerca 8500 para 7400 funcionários, o que prejudica o atendimento à população
"É só você dar uma olhada: antigamente você chegava em uma estação com um cadeirante, por exemplo, ou (com) uma pessoa com deficiência e você sempre tinha alguém para carregar, tinha alguém para levar este pessoal. Hoje você não tem mais. E mais do que isso: a falta de segurança. Você vê hoje no metrô, uma incidência de assalto, de roubo, muito maior por conta da segurança".
A paralisação pegou muitos usuários de surpresa, e assim nesta manhã a população encontrou ônibus e terminais lotados. A secretária Elvira Gonzalez aguardava ainda a abertura da estação de metrô após o anúncio da liberação das catracas.
"Não sabia da greve. Mas vi há pouco na internet que estavam de greve e que foi liberado. Mas aqui na estação da Santa Cecília ainda não".
O trânsito na capital, monitorado pela CET atingiu mais de 800 quilômetros de congestionamento nas vias monitoradas pela companhia. Quem tentou usar o aplicativo de transporte também enfrentou dificuldades e preços exorbitantes.
De acordo com nota do Metrô, diante da manutenção da paralisação, mesmo com a liberação das catracas, a empresa conseguiu liminar para funcionamento - ainda que parcial - de suas linhas. Ela ainda afirma que tentou todas as formas de negociação, inclusive com concessão de benefícios e que cumpre integralmente o acordo coletivo de trabalho e as leis trabalhistas.
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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