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Pesquisa mostra que escola pode ajudar a aumentar a cobertura vacinal

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Madson Euler- Repórter da Rádio Nacional
20/04/2023 - 12:36
Brasília

Pesquisa inédita aponta que a desinformação, a falta de tempo e a dificuldade de acesso estão entre os fatores que contribuem para a baixa cobertura vacinal de crianças e adolescentes. E, para mudar esse cenário, a ideia é acionar as escolas. 

O estudo "Escola: Uma aliada da vacinação infantil" ouviu pessoalmente duas mil mães de crianças e adolescentes com idade até 15 anos em todas as regiões brasileiras.  

De acordo com a pesquisa, coordenada pelo Instituto Locomotiva, pelo menos 6 em cada 10 mães ouvidas relataram que já atrasaram a vacinação dos filhos ou deixaram de imunizá-los por causa da distância entre sua casa e o local da aplicação; perda da carteirinha; ou dificuldades para se lembrar as datas das doses. 56% afirmaram que a correria e as demandas do dia a dia acabam comprometendo a vacinação. 

Os dados do estudo também apontam que as escolas podem ser um aliado para mudar o cenário da cobertura vacinal.  

A maioria das mães entrevistadas, 79%, gostaria que a escola ajudasse a lembrar das doses previstas no calendário e 82% delas gostariam que a instituição de ensino onde o filho está matriculado enviasse mais comunicados sobre vacinação.   

Algumas mães entrevistadas, 76%, responderam que vacinar os filhos dentro da escola iria ajudar na redução de tempo e custo de deslocamento. 

O médico infectologista Marcelo Otsuka, integrante do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, reforça que a parceria entre educação e saúde deve ser rotineira.  

"A vacina deveria ser retomada, começar a ser feita novamente nas escolas. Pois, a  gente garantiria primeiro, que a criança precisa estar vacinada para ir à escola. E segundo, que a gente possa realmente conseguir atingir as crianças de uma maneira adequada, confirmando esse calendário vacina. Muitas vezes as crianças deixam de ir ou não conseguem ir nas consultas diárias".

O médico lembra outras contribuições  que as escolas podem ser parceiras em relação às vacinas. 

"A parceria da saúde com a secretaria da educação é fundamental em todos os aspectos. Não só pra gente transmitir medidas de higiene, que hoje as crianças não sabem. Até os pais, muitos pais não sabem. Então, nós temos que entender que a vacina não é só um ato individual, é uma proteção também coletiva e pra todos que estão na casa".  

E a receptividade das mães que participaram da pesquisa vai ao encontro da avaliação do infectologista. Para 85% delas, a hipótese de imunizar as crianças na escola é vista como mais uma alternativa para aumentar a cobertura vacinal.  

*Com produção de Joana Lima.

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